O agronegócio é um dos pilares da economia brasileira. Todo dia, milhões de trabalhadores acordam cedo para plantar, colher, cuidar dos animais e operar máquinas pesadas que ajudam a movimentar o país. Mas junto com essa força vem também um alerta importante: os acidentes de trabalho no campo são mais comuns do que muita gente imagina — e, em muitos casos, poderiam ser evitados com os cuidados necessários. O agronegócio vai muito além do campo. Por trás da produção rural, existem milhares de profissionais trabalhando em empresas que armazenam, processam e movimentam grãos todos os dias. São operadores, técnicos, encarregados, motoristas e administrativos, todos fazendo a engrenagem girar. Mas junto com essa rotina intensa, vêm riscos que muitas vezes passam despercebidos e que podem levar a acidentes graves.
Principais causas de acidentes no agronegócio
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Manuseio de máquinas e equipamentos
Tratores, colheitadeiras, plantadeiras e outros equipamentos agrícolas representam grande risco se não forem operados corretamente ou se estiverem sem manutenção adequada. Enrolamentos em eixos, tombamentos e atropelamentos são frequentes. -
Exposição a agrotóxicos
A intoxicação por defensivos agrícolas é uma das principais causas de adoecimento entre trabalhadores rurais. O uso inadequado ou a falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) agrava esse risco. -
Trabalho em condições insalubres
Jornada exaustiva, calor extremo, umidade, poeira e ruído constante também contribuem para doenças ocupacionais, como problemas respiratórios, dermatites, surdez e exaustão térmica. -
Acidentes com animais
Em propriedades com criação de animais, ocorrem acidentes por mordidas, coices, pisoteamentos, além de riscos biológicos (como brucelose, leptospirose etc.). -
Quedas e cortes
Trabalhos em altura (como poda de árvores) ou com ferramentas cortantes (foices, facões, motosserras) também estão entre os mais perigosos.
Principais riscos nas empresas do agronegócio
Mesmo longe da lavoura, o ambiente industrial exige muito cuidado. Algumas situações de risco comuns incluem:
- Trabalho em silos: o perigo de soterramento por grãos, quedas de altura e até atmosferas com pouco oxigênio.
- Exposição a poeira de grãos: pode causar problemas respiratórios e, em alguns casos, até explosões (em ambientes com poeira muito fina e falta de ventilação).
- Máquinas em movimento: correias, elevadores, secadores, misturadores — qualquer distração pode causar cortes, esmagamentos ou acidentes com roupas presas.
- Carga e descarga: movimentação de caminhões, empilhadeiras e sacarias exige atenção redobrada para evitar atropelamentos ou quedas.
- Uso de produtos químicos: seja para controle de pragas nos armazéns ou na limpeza industrial, o contato sem EPI pode trazer riscos à saúde.
Fatores que contribuem para os acidentes
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Falta de capacitação dos trabalhadores.
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Inexistência ou descumprimento de normas de segurança.
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Falta de fiscalização por parte dos órgãos competentes.
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Cultura de informalidade e trabalho sem registro.
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Pressão por produtividade, que muitas vezes leva ao descuido com a segurança.
Como prevenir acidentes no agronegócio
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Treinamentos periódicos sobre segurança no trabalho.
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Uso obrigatório de EPIs, como luvas, botas, óculos, protetores auriculares e máscaras.
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Manutenção adequada de máquinas e equipamentos.
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Acompanhamento médico regular e campanhas de saúde no campo.
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Adequação às normas regulamentadoras (NRs), principalmente:
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NR 31 – Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura.
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NR 12 – Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos.
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Condições dignas de trabalho, incluindo alojamentos, alimentação e transporte adequados.
- Mapeamento de riscos em todas as áreas (silos, galpões, pátios, etc.).